Tarabuco, 05 de agosto de 2006.

Que lástima. Eis que pela primeira vez na viagem passo mal do estomago. Meu conforto foi chegar a esta cidade tranquila e ser contagiado pelo tempo mais lento e pela paz que ronda esse povoado.

Essa paz acho que me fez bem, pois após tomar um mate de coca, melhorei muito. Agora esperamos um caminhao que nos levará até Sucre, onde daqui uma hora comecará a Assembléia Constituinte.
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Ainda mais, é engracado como Sucre se transformou para receber esse evento histórico para o povo boliviano. Todas as ruas estao impecáveis e as estatuas dos parques muito bem lavadas. Nao quero fazer comparacoes, nao conheci Sucre antes desse evento, mas nao é difícil inferir que isso acontece poucas vezes na rotina dessa cidade.

Para completar o cenário, gente de todas as partes da Bolívia e do mundo chegaram para acompanhar a constituinte. É muito empogante ver a expectativa dessa gente que lutou e luta por isso desde 2000, quando comecaram as grandes mobilizacoes pela água, em Cochabamba, e logo em 2003 as lutas contra taxas abusivas nos salários e contra a matriz de comercializacao do gás, estas últimas em La Paz e principalmente em El Alto (regiao metropolitana).

Pela primeira vez em 80 anos passa uma coisa como essa aqui e, algumas vezes  mesmo sem saber do que se trata, o poco recebe esse fato de bracos abertos e luta por ele. Um exemplo dessa efervezência vi na praca Sao Francisco, em La Paz, onde dezenas de pessoas se juntavam para debater exclusivamente o país e a Assembléia Constituinte.

Desejo a Bolívia, que a tenho como segunda casa, que todas as mudancas que estao surgindo sejam para melhoria da vida de todos, sem que para isso tenha que vender a alma de seu povo por meia dúzia de dólares.

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