Minha estada em Cabo Frio foi curta mas proveitosa. Ontem cheguei na cidade já noite e tive dificuldade de encontrar uma pousada. Enfim encontrei e fiquei tranquilo, não teria que dormir na rua e tão pouco voltar ao Rio sem mesmo dar uma volta pela bela e charmosa cidade. Cabo Frio é uma cidade histórica. Sua vida quase se confunde com a história colonial brasileira. Foi fundada em 1503 por exploradores portugueses e até hoje suas construções em estilo colonial retratam que não só nós apreciamos a beleza deste lugar, senão, desde a a época do Brasil colônia, ela era ponto de cobiça e admiração. Até os franceses se interessavam pelo lugar. Após sua fracassada invasão a cidade do Rio de Janeiro, vieram para cá, vinte léguas ao norte, para tentar se instalarem. Foram expulsos dias depois dias depois pela tropas coloniais.
Foi desta história que surgiu o forte de Cabo Frio, o qual visitei hoje. Uma visão privilegiada da baía em seus tons de água nos mais variados tipos de azul e verde. Nenhuma foto para registrar, por isso, terei que me contentar com essas palavras escritas no diário.
Depois de conhecer a bela praia do forte, segui para Arraial do Cabo, cidade ao lado aqui de Cabo Frio. Não esperava nada da cidade, fui atrás apenas da dica de seu Idenilson que me disse que lá havia um ótimo passeio de barco para se fazer. Pois bem, ao sair de Cabo Frio a paisagem foi tomada por um vislumbrante horizonte de areia branquíssima e restinga com formação de dunas e depois campos brancos e planos. Eram as salinas de Arraial.
Ao passar o primeiro cerro, fui surpreendido por uma praia paradisíaca, com uma água tão verde que lembravam as praias caribeñas de Cartagena. Como senti sua falta.
Fui parar na praia dos anjos, linda também se não fosse a imensa plataforma petroleira em refroma. Mas enfim, ossos do progresso, inverso, nefasto e maldito.
Tomei o barco que passou pela praia do porto e seguimos para ilha do farol. Gostaria muito de saber a formação geológica de lá, mas ao que tudo indica, aquela era, provavelmente no pré-cambriano, um vulcão que enchia de fogo e lava tudo ao redor. Agora não passa de um monte que guarda o farol e que tem ao seus pés um imenso Jequitibá, do qual contemplei a bela paisagem da ilha do Arraial.
Agora estou prestes a tomar o ônibus ao Rio de Janeiro. Refém de uma merda de companhia monopolística. Vejo chegar inúmeros ônibus vindo do Rio e nenhum voltando. Pois é, foi curto meu tempo aqui, mas foi ótimo. Volto ao Rio onde Érico me espera. Amanhã será mais um dia em que observarei mais, calarei mais e esperarei mais. Pois para mudar esta merda de status quo, só com uma catástrofe mesmo.