No dia do sorteio das eliminatórias, evento que abriu os “festejos” para celebração da Copa do Mundo no Brasil em 2014, movimentos sociais protestaram com o intuito de denunciar as contradições produzidas com a realização deste mega evento no país.
O ato que começou no Largo do Machado e caminhou até a Marina da Glória, onde acontecia o sorteio, unificou as mobilizações dos trabalhadores da educação, que estão em greve desde o dia 7 de Junho, e as do Comitê Popular para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O ponto central que se discute é que há muito dinheiro sendo destinado para reorganização urbana, embelezamento da cidade, forte segurança para o cinturão de bairros nobres da cidade. Enquanto isso, diminuem os recursos para o desenvolvimento social da cidade: como educação, saúde e saneamento básico.
Para Marcos Alvito, da Associação Nacional de Torcedores, todas as obras que estão realizadas por conta da Copa só servirão para um pequena elite, enquanto a maioria da população sofrerá consequências graves com este processo. Entre os problemas relacionados está a remoção massiva de comunidades das áreas do entorno do corredor para a Zona Sul, que está impactando a vida de milhares de famílias. Para Marcos, está se investindo muito dinheiro público em que os resultados não poderão ser apropriados pela população. “Constroem-se grandes estádios monumentais com dinheiro do povo aos quais a grande massa não terá acesso depois de prontos. Elitiza-se o futebol apropriando-se do dinheiro público. Isso é um atentando a cultura tradicional do Brasil, que tem uma ligação muito forte com o futebol”. Indigna-se Marcos.
Ele ainda se pergunta, “quem lucrará com tudo isso? A empreiteira, o político corrupto, as redes de televisão e a FIFA, uma das maiores entidades privadas do planeta”. E complementa “quem perderá? No final das contas quem perde é o contribuinte brasileiro e as comunidades pobres na mira da especulação imobiliária”. Reafirma inconformado.
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Notícias como esta, liberação de feijão transgênico, usina hidrelétrica de Belo monte empurrando os índios para fora de suas terras, falta de micro crédito para transição agroecológica, esquecimento de comunidades tradicionais e a corrupção escancarada, são a prova concreta de que o povo foi esquecido.
É uma pena que a cegueira assistencialista permita ao eleitor esfomeado, esquecer quem está fazendo tudo isto e continuar votando no partido dos trabalhadores.
Se continuarmos assim, logo teremos mandioca transgênica, inhame transgênico, hidrelétricas pipocando em todos os enchendo os bolsos das grandes construtoras.
Acho sua indignação bastante pertinente João, mas não concordo em culpar o partido dos trabalhadores por todo esse processo. Fazer isso, é esquecer que o PT governa esse país com uma coalização cheia de partidos e que, infelizmente, não consegue implementar seu programa na totalidade. Esse não é um defeito do partido, mas do sistema político brasileiro, que reproduz vícios de desde a época das capitanias hereditárias. Acho que uma boa reação a isso, seria justamente lutarmos por uma reforma política de fato e o enfrentamento da raiz de todo esse mal que é o sistema capitalista. Seja quem for que estivesse no poder estaria implementando essa agenda desenvolvimentista ruim, pois os valores que orientam a política brasileira, assim como todas as economias capitalistas no mundo, é o acúmulo de capital desenfreado.