Neste final de semana, participei representando o Soylocoporti do Fórum Humanista Brasileiro, pela construção da não-violência. Na sexta, estava na abertura que contou com um painel sobre a integração da América Latina. A mesa debatedora era bastante multidisciplinar e foram obtidas diversas visões sobre esse tema tão recorrente e que ainda carece de caminhos claros para que nossos povos possam encontrar um caminho comum. Sem dúvida, observando as exposições, percebemos que a via mais concreta para que consigamos chegar a tal feito não será por nossas economias, se não, pelo nossa educação e cultura.
No domingo, também participei da mesa de migrações e Direitos Humanos que contou com a participação do professor Gediel de Direito da UFPR e a Elizete da postoral do migrante de Curitiba, além de outros companheiros que conduziram o debate sobre a carta de direitos humanos da ONU que neste ano faz 60 anos e também a importância da garantia destes direitos aos migrantes de todo o mundo, que muitas vezes são considerados sem direitos por estarem fora de seu país, mas que na verdade são eles que mais precisam ser protegidos, pois, como a Elizete citou, “o crime não está em migrar, mas sim, o crime é o mal que foi causado a esta pessoa que foi forçada a migrar”. No momento das intervenções, fiz uso do microfone para lembrar do processo que estamos vivendo junto aos movimentos sociais sobre o questionamento da legalidade em tratar os torturadores da ditadura militar como criminosos políticos. O professor Gediel respondeu concordando que para que uma nação consolide o respeito aos direitos humanos, ela deve ter direito a memória e a conhecer o seu passado para poder olhar para o futuro. A Socorro, que também estava na platéia, aproveitou a intervenção para denunciar que existem 6 companheiros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra presos sob a acusão de serem “subversivos” em Guarapuava. Em pleno século 21, após uma dura ditadura que vivemos, encontrarmos esse tipo de situação é realmente incocebível e deve ser repúdiada e denunciada.
Criminalizar os Movimentos Sociais é uma tentativa antiga dos setores conservadores deste país. Garantir nosso direito de nos manifestarmos e nos movimentarmos deve ser a principal garantia de um Estado que respeite e valorize os direitos humanos, sem isso, apenas teremos mais um papel sobre a mesa para lembrar do dia em que as pessas tentaram ser humano-racionais.