O Rio de Janeiro continua lindo, mas ele está doente. Esta frase que me ocorre numa das rodoviárias mais feias do país numa das cidades mais bonitas.
Sem dúvida, o Rio de Janeiro é um poço de contradições. Caminhado ontem pela praia de Ipanema avisto, numa mesma cena, um senhor catando lixo enquanto um jovem adentra a garagem do seu prédio com seu carro 8cc de US$300.000,00.
Em meio ao caos vemos imagens inspiradoras: Pão de Açúcar, Corcovado, a bela garota de Ipanema, o trabalhador do morro do Vidigal, a senhora lutadora que pega o ônibus no Leblon para seu barraco na Rocinha.
A cidade antagônica que tem no trânsito o reflexo de que outra vibração está afetando nosso cotidiano. O mais incrível é que não presenciei nenhum acidente de trânsito, mas estava na figura tanto de passageiro, quanto de pedestre em vários momentos que realmente acreditei que iria sofrer um. Acho que nada acontece, devido as bençãos do glorioso Cristo Redentor. Ele cuida para que o caldeirão não exploda, enquanto a cidade fica cada vez mais exprimida entre o morro e a praia. Enquanto isso, em suas costas fica tudo uma merda.
A polícia invade os morros com seus cadavéricos veículos para semear a morte e a destruição. O inferno vem justamente para contrapor a idéia de paraíso, mas está chegando a hora em que o paraíso vai virar mar e o inferno, hum. O inferno vai passa fogo em tudo e em todos!