Mais uma tragédia abala os Estados Unidos. O país que deve servir de modelo para o mundo enterra mais 33 vítimas da massificação opressora do capital. Quase do outro lado do mundo, ataques em série no Iraque matam mais de 200 pessoas. Um número significativamente maior que os mortos da Universidade Virginia Tech. Mas a diferença está em quem será lembrado ou não, pois a raiz dos acontecimentos é exatamente a mesma. O dinheiro pelo poder.
O mundo chora a perda dos 33 sem se dar conta que já estamos todos mortos. Estamos praticando o culto a morte na mesma proporção que nossas vidas são guiadas pelo dinheiro, pela imagem, pelo padrão. Enquanto a sociedade estadunidense mata por dinheiro, ela mesma se mata pelo consumo dele. Meninas que se tornam anorexas. Meninos que cultuam o corpo e cospem na cara daqueles que não se adequam ao seu mundo, como foi o caso do estudante Cho Seung-hui que denuncia que “nunca mais irão cospir na minha cara!”. Estes fatos, aliados a necrose da sociedade perfeita, do “made self men” está fabricando indivíduos doentes que não passam de vítimas assim como são vítimas aqueles que vão ao Iraque matar em nome de seu país e acabam semeando o terror dos não tão lembrados e/ou noticiados cidadãos Iraquianos mortos na investida criminosa do “eixo do bem”.
Devemos reavaliar quem é o bandido e quem é o mocinho nessa história. Se na ânsia do desenvolvimento, realmente estamos valorizando a vida ou cultuando a morte. Se Jesus Cristo tivesse vivido em nossa época, acredito que choraria muito ao ver no que a sociedade “salva” se transformou.